segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O início - parte III

O pai da Bolinha é mais alto, tem manchas pretas e a mãe é bem pequena, tem o focinho comprido (parece a cabeça de um whippet) e tem manchas de um bege claro belíssimo. O criador, para nos mostrar as habilidades de um típico Jack Russel, jogou uma bola de tênis longe e o cão não demorou nem 5 segundos para trazê-la de volta. Como são cães corajosos, que desconhecem o medo e a noção de perigo (são cães totalmente sem noção!), ele jogou a bola na piscina, que estava quase cheia, faltava o equivalente a um azulejo para a beirada. Para um cão de tamanho pequeno, é muita coisa escalar esse “um azulejo”, ainda mais se considerarmos que ele não tem apoio nos pés, pois está dentro d’água. Pois lá foi o pai da Bolinha, resgatar a bola de tênis da água. A mãe, que estava com o filhote, pulou imediatamente da caixa onde estava e ficou na beirada tentando ajudar o pai. Fiquei horrorizada, mas o criador disse para esperar e ver o que aconteceria. O pai conseguiu sair da piscina, com a força das patas dianteiras, sem apoio nos pés, e com a ajuda da mãe, que o pegou pelo pescoço com a boca quando ele se aproximou o suficiente da beirada da piscina. Incrível! Além de fortes, são cães solidários, se ajudam!
O filhote estava lá, em uma caixa, junto com a mãe. Era branco com manchas pretas. Muito bonitinho! Porém, meu interesse estava na Bolinha. Eu sabia que o destino dela era a doação, o criador não queria ficar com ela e provavelmente a daria para qualquer um e ela, coitadinha, talvez voltasse a morar em um minúsculo apartamento. Não sabíamos a idade exata da Bolinha, sabíamos que ela estava entre o 7º. e o 8º. mês de vida. Quem haveria de querê-la?! Fiz, então, uma proposta ao criador: comprar a Bolinha. E assim foi resolvida a história. Como não tínhamos dinheiro na hora, passamos em um caixa eletrônico, retiramos a quantia e, quando voltamos, Bolinha estava na porta, de pé, com uma cara de quem estava sendo abandonada de novo. Ela ficou dura, parecia uma estátua quando a peguei no colo. Lembro dela me olhando com a cabeçinha virada para o lado direito como quem pergunta: “O que está acontecendo?”. Não parecia assustada, parecia resignada apenas. Aliás, ela faz tudo o que a gente quer, com prazer, ela está sempre disposta a ser uma boa companhia em qualquer situação, mesmo que ela não goste muito. A reação é sempre a mesma: fica quieta e deixa que façamos qualquer coisa com ela: limpar as patinhas antes de entrar em casa, segurar as orelhas, o focinho, agarrar as patinhas e fazer de conta que se está andando com um carrinho de mão, qualquer coisa, ela não reclama porque é muito dócil e confia em nós. Ela é um amor! Se fosse um ser humano, seria aquela pessoa de quem todos querem ficar próximos. Como costumo dizer: a Tiquinha é muito “gente boa”!

Um comentário:

  1. Ohhh, que fofa a história da Tiquinha!!! E que bom que vocês salvaram ela de outro apartamento!
    Beijocas, Angie

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