Saudades da doidinha da minha mãe

Oi mami,

O Papito me falou que tu não pudestes me ver neste fim de semana porque estás viajando. Que pena! Eu gosto tanto de ouvir a tua voz gritando "Tiquiiiiiiiiiiiiiiinha" quando chegas aqui na minha casa. Vou ficar com saudades. Aliás, muita saudade, por que ele disse que não é apenas neste, mas no próximo, no próximo, e no próximo... huummm!!!

Mas eu entendo que tu precisas de férias e que vais fazer uns passeios legais com a minha outra vovó... a que eu não conheço. Sei também que fostes para a tua cidade, a mesma do meu Papito, Porto Alegre, e que tu gostas muito daí. Por isso fico feliz, porque sei que tu estarás também mamãe.

Eu quero te dizer pra não se preocupar comigo, porque o Papito cuida bem direitinho de mim e me faz bastante companhia. Ele me leva todos os dias pra passear, mesmo que seja bem tarde. Eu adoro, por isso eu não desgrudo dele, sempre esperando a hora de passear... hihihi!! Tem dias em que saímos depois da meia noite. No domingo saímos às 3h (da manhã, isso mesmo, acredita?!).

Coitadinho do papai! Eu acho que ele não dorme nunca. Ele foi dormir esta madrugada às 6h da manhã e às 9h30 já tinha acordado pra me dar comidinha. Só que eu não sei o que aconteceu comigo de novo que não tive vontade de comer. Eu já tinha acordado antes dele sentindo uma coisa ruim na minha barriguinha. Essa sensação ruim foi aumentando até sair uma babinha amarelada da minha garganta, que sujou o chão perto do portão da garagem.

O papai insistiu o dia todo pra eu comer, mas só fiquei com vontade quase na hora da novela. Hahahaha, papai assiste novela!

Eu estou bem limpinha e cheirosa dormindo no meu travesseiro, forrado com uma camisa limpinha também, ao lado do papai na copa. Ele está olhando para uma janelinha luminosa e batendo com a ponta dos dedos num monte de quadradinhos. Não entendo porque ele fica tanto tempo fazendo isso! E o mais estranho é que às vezes eu ouço tu me chamando por aquela janelinha luminosa. Só que eu não vejo nada, só ouço a tua voz. Aí eu tento cheirar a janelinha, coloco a cabeça de lado para ouvir melhor de onde vem a tua voz, mas não te vejo. É muito estranho, mamãe! Bom, vou dormir até a hora do papai me chamar para passear.

Ontem eu ouvi ele falando contigo, mamãe, dizendo que eu só tenho sete tetinhas... hihihi!! Esse papai não sabe de nada! Hoje ele resolveu me examinar de novo e viu que eu não tenho só sete tetinhas e sim NOVE! hihihi... Viu mamãe?! NOVE!!! Eu não sei quantas deveria ter, mas eu acho que nove é melhor do que sete, né mamãe?! Eu acho que o papai gostou de saber disso também, porque ele ficou rindo quando descobriu. Eu acho que ele ficou feliz!!

As novidades que eu queria contar são estas. Quero que aproveites bem estas férias e que divirta-se bastante.

Uma boa noite e muitas lambidinhas.

Tiquinha


P.S. Este post foi elaborado pelo pai da Tica!

Fui desmascarada!

Meus pais descobriram que eu ando comendo coisas estranhas, eles só não descobriram exatamente o quê... e eles descobriram isso porque de vez em quando eu coloco para fora algo que não me “caiu bem no estômago”. Esses dias vomitei um pedaço de plástico. Na verdade, foi a vovó que descobriu, porque ela observou a babinha amarela que eu havia vomitado e viu que havia algo brilhante lá. Então, ela resolveu pegar a mangueira e jogar água. Foi aí que ela se deu conta de que parecia um pedaço de plástico. Eu fiquei tão curiosa com aquilo que em um momento de distração, engoli de novo. Já imagino a mamãe falando histericamente: eeeeeca, que nooooooooojo, Tiquinha!!!

No dia seguinte eu coloquei o tal pedacinho de plástico para fora de novo e, dessa vez, meu pai examinou. E ele chegou à conclusão de que parecia mesmo um pedaço de plástico. Bom, o fato é que fui desmascarada (não, isso não tem nada a ver com "O Máskara", hihihi)!!

Acontece que em meus passeios pelo jardim, costumo aproveitar o meu tamanho “mini” e dar uma escapadinha pelas grades do portão da frente de minha casa... saio para fuçar nos terrenos vizinhos... sempre tem algum saco de lixo cheiroso (sim, cães gostam de cheiro de lixo, mamãe diz que isso é “um asco, um nojo”, mas eu não sei o que significa essa palavra, pois para mim todos os cheiros são só cheiros, não sei o que é gostoso ou fedorento, para mim tudo é uma novidade a ser explorada, até cheiros diferentes).

Esses dias atrás fui pega em flagrante! Papai havia me deixado do lado de fora da garagem (onde durmo), depois do nosso passeio noturno, e, quando ele foi me procurar para limpar minhas patinhas, onde estava eu?! Nessas horas não adianta me chamar, pois quando estou com o foco direcionado para algo perco todo o sentido da audição, hehehehe. Se for um cheiro, então, não ouço absolutamente nada! Eu estava cheirando o lixo da casa em frente à casa de meu amigo (o cocker spaniel da vizinha). Papai me pegou com o “focinho na botija”, hahahahaha.

Visitando um cara estranho de jaleco branco

Descobri que minha mãe é exagerada e dramática... é incrível como os pais se preocupam com os filhos... mas, definitivamente, minha mãe é super exagerada!!!

Bom, o fato é que estou há vários dias enjoada para comer, não tenho mais aquela fome, aquela voracidade para devorar minhas duas porções de ração diária! Eu sou pequena, peso 6kg e tenho 25cm de altura (altura das pernas até a cernelha, nome chique dado ao peito. É assim que se mede a altura em cães). Está certo que perdi alguns gramas ultimamente, mas estou muito bem de “corpitcho”.


Então, como eu estou sem apetite, mamãe resolveu me levar no veterinário. Um dia desses pela manhã, quando mamãe voltou de uma de suas viagens a trabalho, passou lá em casa, pegou minha coleirinha (cor-de-rosa, óbvio!!!) e saímos para passear. Fico muito contente quando pegam minha coleirinha, ela não é presa no pescoço e sim no peito, passando pelas minhas duas patinhas dianteiras. Eu sei disso, mas fico tentando enfiar a cabeça por um dos “buracos” das pernas. Mamãe e papai acham muito engraçado!

Bom, eu achei que ia passear e saí super serelepe e contente. Mamãe abriu a porta do carro e eu entrei rapidamente. Como sou abusada, me sentei no banco do condutor e fiquei olhando fixamente para o volante do carro, rsrsrsrs. Foi aí que mamãe disse que eu era carona e não motorista, e eu fui rapidinho para o banco ao lado. Adoro passear de carro, fico sentada olhando para a frente e para minha mãe (não costumo ficar olhando pela janela, como a maioria dos cães fazem, prefiro ficar atenta aos movimentos dentro do carro)!

Quando estacionamos, mamãe me pegou no colo, subiu alguns degraus e entramos naquela sala em que eu só vou para tomar umas injeções. Aliás, da última vez, eu nem percebi quando aquele cara de jaleco branco me deu injeção, estava distraída olhando para meu pai.

O tal do jaleco branco conversou algo com minha mãe e começou a me examinar. O que eu não gosto é de ficar em cima daquela mesa de metal, meus pés escorregam o tempo todo. O exame foi bem simples, ele mexeu na minha barriga e cintura, apalpou daqui e dali. Achei que tinha terminado quando, de repente, ele decide ver se estou com febre... não quero nem comentar o quanto esse exame é desagradável. Mesmo não gostando nada daquilo, como sou boazinha demais, não me mexi muito. Acho que a mamãe ficou mais chocada do que eu.
Não tenho nada! Esse foi o diagnóstico. Estou alegre, sem sintomas de anormalidades. O veterinário disse para minha mãe que eu agora sou adulta e é normal que eu coma menos. De qualquer forma, não custa observar, foi o que ele disse.

Na saída, havia um casal que ficou mexendo comigo e dizendo que eu era o cachorrinho de um tal de Máskara e que aparece em umas propagandas de televisão... mamãe ficou toda contente, ela adora quando dizem que sou bonitinha... na maioria das vezes acham que sou menino, mas eu nem me importo, hihihi.

Quando entrei no carro de volta, pensei: “Ainda bem que mamãe e papai não descobriram o que eu ando comendo... ah, se eles soubessem... hihihihi”

O ataque do cão selvagem

Essa aconteceu agora a pouco. Foi um susto! Papai e eu saímos para passear, como fazemos todas as noites. Hoje, porém, ele decidiu me levar por um caminho diferente. Geralmente, no fim da rua de casa, ele vira à esquerda, por onde a rua sobe.

Hoje, porém, viramos à direita, andamos mais uns 30 metros e viramos à direita, novamente, indo na rua de baixo, paralela à nossa casa. No fim dessa rua, viramos à esquerda. E no fim dessa rua, que é só um acesso para a rua de baixo, viramos à esquerda, até o final, onde tem umas casas grandes e bonitas.

Havia muitos cachorros, todos presos em suas casas. Eu, muito exibida, ia latindo para todos eles, mostrando que eu podia passear e eles não, hahahahaha.

Chegando ao fim da rua, papai deu meia volta e retornamos pelo mesmo caminho. Ao chegar à rua pequena que serve de acesso, vimos um carro se aproximando com uma mulher falando em um aparelho colado na orelha (esses humanos são estranhos, falam sozinhos com aparelhos!).
Passamos pelo carro e daqui a pouco papai ouviu a mulher chamando-o. Como ela insistia muito, ele se virou e papai logo viu um imenso golden retriever marrom escuro correndo em minha direção com a boca aberta para me pegar. Papai foi muito rápido e corajoso, me pegou pela cintura e levantou bem alto. O cachorro parecia furioso, não parava de pular em meu pai tentando pegar minhas patinhas. E eu não ajudei, porque também queria brigar! Então, ficava querendo me soltar das mãos de meu pai, daquela altura mesmo. Ah, se eu tivesse conseguido... ia descer feito um foguete lá de cima mostrando meus dentinhos! Só porque esse cachorro tem 4 vezes o meu tamanho acha que pode me vencer, é?! Sou pequena, mas sou corajosa e rápida! hahahahaha.

Papai nem conseguia se mexer, ficava girando e tentando afastar o cachorro com a perna. Mas o cão estava totalmente descontrolado. A sorte de meu pai foi que o alvo era eu e não ele, porque eu só conseguia ver aqueles dentões tentando me morder.

A mulher parou o carro, mas não desceu, acho que estava com medo. Ela ficou gritando para meu pai para ele ir para lá e entrar no carro. Deu ré no carro e meu pai me jogou para dentro, pela janela mesmo. Puft, fui parar no colo dela!!! Quase que ELE não consegue entrar, porque quando foi abrir a porta do carro, o cachorro queria desesperadamente entrar. Depois que entrei no carro fiquei tranquila, desisti de brigar. Estava cansada e tive que deixar meu linguão de fora para respirar melhor. Só olhava o cachorro arranhando as janelas do carro da mulher. Coitada, o carro parecia tão novinho! Ainda bem que ela estava por lá!

Depois de alguns instantes, apareceu uma mulher que provavelmente era a dona daquele cão. Ela se aproximou lentamente, parecia não ter a mínima noção da ferocidade do seu cachorro. O pior, foi que nem sequer ela perguntou se estávamos bem ou pediu desculpas. Esses humanos... ainda bem que tem muitos deles bem legais, como a mulher do carro. Graças a ela, tudo terminou bem!

Logo depois que o papai voltou...

Eu ainda continuo sem muita vontade de comer, principalmente de manhã quando acordo. O papai comprou pra mim uma comidinha que eu gosto mais, mas ele mistura com a outra que já não consigo mais comer. Depois de alguns dias, nem a nova eu consigo mais comer. Dou umas beliscadinhas, mas fica tudo no prato.


Logo depois que o papai voltou de viagem, como todas as manhãs, depois que ele acorda, abre a porta da cozinha e faz um monte de "festinha" e carinhos em mim. Eu gosto muito!! Pulo nele um pouquinho, dou umas lambidinhas, mas logo me aconchego nas pernas dele e me derreto toda com tantos carinhos. Aí ele abre o portão pra eu fazer xixi na grama. Mesmo eu estando apertada, sempre corro antes pro motor do portão, onde mora um bichinho que eu quero muito pegar e nunca consigo. Parece uma lagartixa gigante. Esse bichinho é tão rápido e se esconde tão bem...!!!

Eu tenho estado com preguiça depois que o papai voltou. É que ele fica acordado até tarde e eu também. Enquanto ele prepara o café-da-manhã e faz as coisas dele antes de ir para o trabalho, eu fico querendo dar uma cochiladinha. Mas eu não volto pra minha caixinha, porque quero ficar pertinho dele na cozinha.

Eu sempre pego os meus paninhos e brinquedinhos (o papai me deu um muito legal, um pato, que eu adorei) e levo pra cozinha. De vez em quando não resisto, saio de fininho e vou me deitar no sofá do quartinho da área de serviço, onde estão os capacetes da moto. Um dia o papai percebeu que eu não estava na cozinha e foi me procurar na garagem. Eu fiquei quietinha e ele só me viu depois de não me achar lá... hihihi! Que pena! Estava tão gostoso!

Ele não me deu bronca, só me chamou e estendeu os meus paninhos na cozinha pra eu continuar cochilando. A mamãe lavou meu travesseiro, porque disse que estava horripilantemente fedorento. Meu travesseirinho ainda está molhado... tenho saudades dele... é tão macio e gostoso, mesmo quando está fedorento... hihihi!!! Eu nem ligo.

Sabe uma coisa que eu descobri? O bichinho que o papai me deu de presente (o pato) faz um barulho esquisito! Eu estava brincando com ele e numa das vezes que apertei com a minha boca ouvi um som estranho vindo de dentro da barriga do bichinho. Sou muuuuuiiiito curiosa... fiquei muito intrigada e aflita pra descobrir o que estava dentro do bichinho fazendo aquele som. Cheguei até a choramingar tentando descobrir.

O papai sentou pra jantar e, enquanto ele comia e assistia a TV, fiquei fuçando no bichinho pra achar o barulhinho. Eu já estava quase encontrando quando o papai falou:

- Nãããooo Tiquinha!

Eu não entendi nada! O que foi que eu fiz?!

Ele tirou o brinquedinho e guardou em algum lugar. Acho que foi em cima da geladeira da garagem, mas não tenho certeza. Eu pulei, pulei, por muito tempo, mas não consegui ver. Tentei também ver, pulando, na paredinha da cozinha onde se guardam as chaves da porta e do portão, mas também não consegui.

Ele tentou me distrair com outro presente, mas eu queria mesmo era o meu pato laranja com os olhos esbugalhados. Até fiquei curiosa no início e brincamos um tempinho, eu e o papai, com o novo presente, mas depois me cansei e procurei até a hora de dormir pelo meu pato.

Ele era tão legal! Tinha um monte de coisas brancas dentro dele, parecendo algodão. Eu espalhei essas coisas pelo chão da cozinha. Será que eu estraguei o brinquedinho? Acho que o papai não gostou muito. Deve ser por isso que ele guardou.

Nesse dia, na hora de dormir o papai foi muito legal... me fez uma surpresa que eu adorei: colocou o meu travesseirinho de novo na caixinha pra eu dormir. Eu já estava cansada de dormir só nos paninhos, sobre o chão duro. Ele me fez carinhos, me cobriu e eu dormi a noite toda bem gostosinha e quentinha no macio.

Tem dias em que acordo com mais preguiça. Nesse dias, o papai é legal, leva a minha caixinha com tudo pra dentro da cozinha. E eu fico lá, deitada, encolhidinha e cochilando enquanto ele toma o café-da-manhã.

Tem uns dias em que vem uma mulher estranha na minha casa. Ela é baixinha e gordinha e resmunga boa parte do tempo. Ela também adora bater papo com meu pai e ele sempre dá atenção a ela, mesmo estando atrasado. Essa mulher vem e começa a tirar tudo do lugar, passa uns panos, molha o chão, limpa tudo. Parece uma doida varrendo o que encontra pela frente! Eu até que simpatizo com ela, mas quando estou com meu pai sempre acho que ela vai atacá-lo e finjo que dou um bote com meu focinhão.


Num desses dias ela resolveu sumir com a minha caixinha, que foi parar em cima das cadeiras ao lado da geladeira da garagem. Fiquei sem lugar para me deitar, porque a mulher estava varrendo e passando um pano no chão da garagem.

Enquanto o papai se vestia e ela lavava minha garagem, fiquei sozinha na cozinha. Aproveitei que não tinha ninguém por perto e fui procurar o sofá do quartinho da área de serviço pra me deitar.

Ups! O que será isso? Tinha uma coisa estranha em cima do sofá. Uma espécie de caixa preta com umas roupas que o papai levou para a viagem dele.

Não é a mesma coisa que o sofá, mas eu estava gostando até que a mulher entrou e pediu pra eu sair.

O papai foi olhar pra ver se tinha ficado pelinhos na tal coisa, mas eu acho que não ficaram muitos. Ainda bem!!!