sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Uma língua desproporcional

O título só poderia ser esse, pois a Tica, além de ter um focinho comprido, mais se assemelhando a um QUATI (repare na foto do quati e compare), tem uma língua que não sei como cabe na boca. E ela está sempre lá, rosada, imensa e à mostra.












Seja correndo, seja deitada no chão descansando após uma exaustiva caçada, a língua da Tica está sempre para fora da boca! Ou balançando, ou grudada em algo do tipo, uma canela, um braço ou no chão mesmo, quando se deita. Será que é porque ela corre muito e precisa transpirar?! Só pode ser isso, pois os cães transpiram pela língua.

Outra coisa legal dela são as orelhas... macias e molinhas, parece uma “camurça”! Como são molengas quando ela corre, além daquela imensa língua balançando para lá e para cá, ficam as orelhas subindo e descendo... em algumas fotos ela parece um “etezinho”!

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

A bola misteriosa!


Um belo dia de manhã, Tiquinha e seu dono foram até o jardim, como fazem todos os dias, e viram que havia uma bola colorida no meio da grama. Só poderia ser de um dos vizinhos, ou o do lado esquerdo, ou o do lado direito. Apostando que seria do vizinho do lado esquerdo do jardim, o dono colocou a bola em cima do muro (detalhe: o muro tem mais de 2 metros de altura). E retornou para dentro de casa para continuar preparando seu café-da-manhã.



Enquanto isso, Tiquinha permaneceu explorando as plantas do jardim e estava demorando para entrar. “Tiquinha... Tiquinha”, chamava ele, e... nada! Pois eis que surge aquele pequeno ser galopante com uma imensa (para o tamanho dela) bola na boca. Não, a bola não estava murcha! Ela simplesmente (não sei como) pegou a bola de cima do muro, grudou os dentes no couro colorido e voltou trazendo a “caça” para seu dono, abanando freneticamente o rabinho! Dispensável dizer que a bola era quase do tamanho dela!

domingo, 20 de setembro de 2009

Tiquinha não é namoradeira

Tiquinha é tão simpática com as pessoas, tão doce... mas com os cães, coitada...
Às vezes me pergunto porque ela é tão durona com os outros da mesma espécie. Ela “fala” com todos eles, mas acho que eles não entendem o que ela quer. Tiquinha quer brincar, mas começa a latir tanto que os cães dão as costas e vão embora. Ela precisa aprender a ser simpática com eles, porque há um nítido problema de comunicação. Ela quer brincar e eles não entendem isso. Bom, tem alguns com os quais eu acho que ela não quer realmente brincar, especialmente os maiores que ela... e quanto maiores, maior é o barulho, affff!!!
Tiquinha simplesmente desconhece o medo e acho que ela não tem a mínima consciência do tamanho que tem. Há uma casa na rua onde ela mora que tem três (isso mesmo: três!) rotweillers. Pois ela acha que é do tamanho deles três juntos, avança nas grades da casa e pouco se importa com o avanço dos grandões. Os cães, claro, ficam enlouquecidos. E para tirá-la de lá?! Não sei de onde vem tanta força. Acho que a Tiquinha é um super cão em miniatura, hahahaha.
O fato é que ela não é assim com todos os cães. Ela ADORA, por exemplo, o cachorro do vizinho, um cocker meio bobo e medroso, mas ele não dá a menor importância a ela, nem se aproxima e ela fica lá, tentando “falar” com ele por entre as grades do portão, abanando desesperadamente o rabinho. Ela chora, abana o rabinho, pula para ele e... nada! Coitadinha!

terça-feira, 15 de setembro de 2009

A hora do banho!


Tiquinha precisa tomar banho todas as semanas, de tanto que suja as patinhas na terra do jardim e de tanto que se suja de graxa quando tenta rastrear o bendito gato da vizinha. Aliás, são dois, o ruivo e um outro imenso, cinza escuro.
Ela se mete por entre as plantas, explora tudo o que se mexa e que represente algum desafio interessante. Também desaparece debaixo dos carros, tenta subir nos motores atrás do gato ruivo da vizinha.
A hora do banho é tranquila!
Nossa cachorrinha chega a tirar uma soneca enquanto toma banho, de pé mesmo. Água morna, sabão de coco (sim, sabão de coco mesmo para deixar o pêlo mais branco!), enxágue, sabão clareador de pêlos (mais um reforço para que o pêlo fique super branco!), enxágue novamente e... nada de secador, pois Tiquinha detesta o barulho do secador! Aliás, a maioria dos cães não gosta de barulho, ficam desnorteados! Secamos a Tiquinha com toalha, viramos ela de todos os lados possíveis e ela nem se mexe: pega uma patinha daqui, outra dali, levanta o rabinho para secar, seca as orelhas... NADA, ela nem se mexe, fica tranquila esperando o ritual terminar.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Meus acessórios...


Ganhei meu primeiro boné de corrida. Eu não, a Tiquinha, lógico! Ela é uma atleta, assim como seu dono. Há tempos eu não faço nenhuma atividade física, apesar de gostar muito. Por sorte, não tenho tendência a aumentar de peso!
Um belo dia, em uma viagem a Goiânia, para onde fui com umas amigas ao casamento de outra amiga, em uma dessas feiras populares vi um quiosque com todo tipo de acessórios para cães. Comprei uma calcinha e um boné, tudo rosa, claro! Não sei porquê, eu insisto em fazer a Tiquinha parecer mais feminina. Às vezes somos tomados por um certo grau de “ridiculice”, eu sei...


A calcinha era para quando ela ficasse no cio. E o boné era para ela correr junto com seu dono, já que ele também corre de boné. Era o dia do aniversário da Tiquinha e fui entregar os “presentes”. A cachorra não entendeu nada, lógico. A calcinha ficou apertada e o boné ligeiramente grande. Sou uma mãe que não conhece o tamanho de sua cria: achei que ela era mais magra (melhor dizendo, menos musculosa) e mais cabeçuda. Errei!
Prestem atenção na cara dela na primeira foto...

quarta-feira, 9 de setembro de 2009

O gato ruivo da vizinha!

Entre outras coisas, Tiquinha adora caçar pequenos animais... quer dizer, na verdade, qualquer coisa que se mova!
Um dia desses, ela se deparou com o gato ruivo da vizinha (algo parecido com o Garfield, mais magro, menos preguiçoso e mais veloz). Esse bendito gato não deve gostar de ficar em sua casa, pois ele está sempre na casa dos outros, rondando e ronronando. Diariamente ele vai para o território da Tica, anda por cima dos carros, deixa suas pegadas (em Brasília tem muita poeira na época da seca, por isso os carros ficam sujos com facilidade), sobe nas árvores e fica perturbando a paz de todo mundo.
Quando a Tiquinha viu o gato, começou a correria. Não dava nem para ver porque ela estava correndo, pois estava escuro. Detalhe: o gato é imeeeenso, comprido, peludo e... corajoso! Foi aquele corre-corre pelo quintal, uma caça desesperada de nossa amiga. Como era de noite, só se via o vulto branco da Tiquinha para lá e para cá. Nessas horas, não adianta chamar, gritar, insistir, porque ela simplesmente não ouve, está totalmente concentrada em seu objetivo que, no caso, suspeito eu, era liquidar com o gato.
A certa altura, o gato se encheu de coragem, parou e enfrentou a Tica. Meio de longe, meio de perto, observei a cena, apreensiva, torcendo para que o gato não resolvesse afiar suas garras no focinho dela. Ele bem que tentou, mas a Tica é rápida também, e esperta, se livrou de todos os “nocautes” que o gato tentou dar nela. De repente, ele desistiu, subiu em uma árvore e Tiquinha ficou lá embaixo, tentando subir, pulando. Como a árvore não estava próxima do muro, a Tica não teve como se escorar, ficou lá pulando um metro e meio de altura. O que será que ela pensa quando tenta alcançar algo que, obviamente, está fora de seu alcance? Deve ser algo do tipo “Só mais um pouquinho, eu sei que vou conseguir, só mais um pouquinho...”. Não dá para negar que ou ela é totalmente sem noção, ou é muito persistente!

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Ela também escala...

Às vezes acho que é um desvio de personalidade dessa alegre cachorrinha: ela não sabe se é um cachorro ou um macaco, hahahahaha.
Em uma bela manhã ensolarada, em seu passeio matinal pelo jardim da casa, Tiquinha viu algo que despertou sua atenção: um sabiá perneta. Ele deve ter perdido a perna em algum evento trágico, coitado! Em função disso, esse sabiá, que é freqüentador assíduo do jardim, é um pouco mais lento que os outros pássaros. Fico sempre apreensiva quando a Tiquinha corre em direção a ele, pois ela é um foguete: explode e corre!!! Bom, o tal passarinho estava tranqüilamente postado em um galho de uma das pequenas árvores que beiram um dos muros do jardim. Foi num instante só que, quando me virei para procurar a Tiquinha, ela já estava lá em cima, há mais de dois metros de altura, em uma árvore cheia de espinhos, agarrando-se no tronco e já com as patas dianteiras cruzadas, abraçando um dos galhos da árvore. Como já é sabido, Jack Russels são resistentes à dor e ela nem se importou com os espinhos. Não aconteceu nada com o sabiá, que voou a tempo. Em compensação, quando retirei a Tiquinha da árvore, vieram junto alguns espinhos grudados em sua pele. Nada de mais, pois ela nem percebeu a existência deles.
Eu não sei como ela subiu até lá! Sei que o pai dela costuma subir em árvores escorando as costas pelo muro, e impulsionando-se com as patas na árvore, em posição vertical. Depois desse episódio, não é raro ver a Tiquinha por entre os galhos de alguma árvore, para explorar as alturas. O céu não é o limite para essa cachorrinha! Qualquer dia desses ela vai tentar voar, hahahahaha!

segunda-feira, 7 de setembro de 2009

O tombo!

Na sexta passada levei um tombo descendo as escadas do meu trabalho. Véspera de feriado, ainda tinha que preparar um texto de leitura para um curso que estou elaborando e, “poffftt”, nas escadas. Só consegui ficar estatelada no chão, segurando meu tornozelo todo ralado pela lixa que todos os degraus da escadaria têm para, supostamente, evitar tombos como esse. Claro que uma coisa dessas só poderia acontecer comigo! Hahahaha Lembro-me de pensar, enquanto era derrubada pela força da gravidade, como era ridículo se eu começasse a rolar pelas escadas. Felizmente, não sou nada roliça e, por sorte ou por alguma habilidade minha antes desconhecida, não cheguei a rolar, só caí alguns degraus. Fiquei ali, quieta, segurando meu tornozelo, pensando em como seria a reação da Tiquinha se estivesse junto. Apesar da imensa dor que foi surgindo logo após o susto, não conseguia, sequer, emitir um som, pois a imagem da Tiquinha, tão alegre e altiva, me fazia sorrir. Tiquinha certamente pularia para cima da minha perna e começaria a cheirar o ferimento, pois tudo ela tem que cheirar e “desbravar”. Imediatamente, ela começaria a me olhar com aqueles olhinhos juntos e rasgados e, querendo amenizar minha dor, começaria a lamber o machucado. Ah, sim, ela certamente faria isso! Tiquinha tem um comportamento canino curioso, amigo e solidário! E assim termina essa história, comigo sentada na escada, alguns colegas preocupados e fazendo uma cara (muito) feia para meu machucado, enquanto eu, do alto de minha dor, ria da situação e imaginava minha amiga abanando o rabinho!

O início - parte III

O pai da Bolinha é mais alto, tem manchas pretas e a mãe é bem pequena, tem o focinho comprido (parece a cabeça de um whippet) e tem manchas de um bege claro belíssimo. O criador, para nos mostrar as habilidades de um típico Jack Russel, jogou uma bola de tênis longe e o cão não demorou nem 5 segundos para trazê-la de volta. Como são cães corajosos, que desconhecem o medo e a noção de perigo (são cães totalmente sem noção!), ele jogou a bola na piscina, que estava quase cheia, faltava o equivalente a um azulejo para a beirada. Para um cão de tamanho pequeno, é muita coisa escalar esse “um azulejo”, ainda mais se considerarmos que ele não tem apoio nos pés, pois está dentro d’água. Pois lá foi o pai da Bolinha, resgatar a bola de tênis da água. A mãe, que estava com o filhote, pulou imediatamente da caixa onde estava e ficou na beirada tentando ajudar o pai. Fiquei horrorizada, mas o criador disse para esperar e ver o que aconteceria. O pai conseguiu sair da piscina, com a força das patas dianteiras, sem apoio nos pés, e com a ajuda da mãe, que o pegou pelo pescoço com a boca quando ele se aproximou o suficiente da beirada da piscina. Incrível! Além de fortes, são cães solidários, se ajudam!
O filhote estava lá, em uma caixa, junto com a mãe. Era branco com manchas pretas. Muito bonitinho! Porém, meu interesse estava na Bolinha. Eu sabia que o destino dela era a doação, o criador não queria ficar com ela e provavelmente a daria para qualquer um e ela, coitadinha, talvez voltasse a morar em um minúsculo apartamento. Não sabíamos a idade exata da Bolinha, sabíamos que ela estava entre o 7º. e o 8º. mês de vida. Quem haveria de querê-la?! Fiz, então, uma proposta ao criador: comprar a Bolinha. E assim foi resolvida a história. Como não tínhamos dinheiro na hora, passamos em um caixa eletrônico, retiramos a quantia e, quando voltamos, Bolinha estava na porta, de pé, com uma cara de quem estava sendo abandonada de novo. Ela ficou dura, parecia uma estátua quando a peguei no colo. Lembro dela me olhando com a cabeçinha virada para o lado direito como quem pergunta: “O que está acontecendo?”. Não parecia assustada, parecia resignada apenas. Aliás, ela faz tudo o que a gente quer, com prazer, ela está sempre disposta a ser uma boa companhia em qualquer situação, mesmo que ela não goste muito. A reação é sempre a mesma: fica quieta e deixa que façamos qualquer coisa com ela: limpar as patinhas antes de entrar em casa, segurar as orelhas, o focinho, agarrar as patinhas e fazer de conta que se está andando com um carrinho de mão, qualquer coisa, ela não reclama porque é muito dócil e confia em nós. Ela é um amor! Se fosse um ser humano, seria aquela pessoa de quem todos querem ficar próximos. Como costumo dizer: a Tiquinha é muito “gente boa”!

O início - parte II

Bem da verdade é que logo que conheci a Tiquinha suspeitei que era a cachorrinha ideal para meu (ex)namorado, porque ela tinha um temperamento muito parecido com o dele: era amigável, brincalhona, meiga, carinhosa e ativa, muuuito ativa! Parecia uma vira-latinha, como todo Jack Russel, mas não, era uma “puro-sangue” típica da raça. Passaram-se alguns dias após o primeiro encontro, e entrei em contato com o tal criador para verificar se havia alguma ninhada. Teria que esperar mais uns 3 meses. Esperei pacientemente. Enquanto isso, fui pesquisando sobre outras raças.
Particularmente, estava louca para ter um chihuahua branco, bem pequeno, mas é uma raridade. Disse que EU estava louca para ter um chihuahua branco, lógico que não ia dar esse cachorro para meu namorado. Imaginem que ele é um atleta, alto, e ia ficar muito estranho sair para passear com essa criatura minúscula.
Nesse meio tempo, meu namorado, em uma de suas visitas, viu a Bolinha. Mostrei a ele, mas não se mostrou nada empolgado com ela. Frustrante! Mas eu sou persistente e tinha certeza absoluta que ela combinava perfeitamente com ele e com o estilo de vida que leva. A cachorrinha estava presa na coleira, presa ao dono, que estava sentado num banco de madeira e que aguardava pacientemente que ela fizesse suas necessidades.
O rapaz estava há mais de uma hora esperando, mas a Bolinha não queria nem saber de fazer nada, só queria brincar, cheirar, explorar, mas estava ali, presa por 1 metro de coleira. E pulava, pulava. Reparei nos chinelos quase destruídos do dono e, nesse instante, percebi que a Bolinha também adorava mastigar... qualquer coisa, aliás. Os chinelos estavam na miséria!
Quando se confirmou a ninhada do tal criador, só havia um filhote disponível. Entrei em contato com meu vizinho e soube que eles estavam se mudando e que haviam devolvido a (até então) Bolinha para o criador. Como ele estava com um filhote apenas e a Bolinha estava lá também, insisti para meu namorado para irmos ver, apenas ver. Claro que eu estava com tudo planejado, tudo arquitetado. Apesar de ele não ter gostado da Bolinha no primeiro encontro porque ela pulava muito, insisti... e consegui convencê-lo! Ufa!! Ao chegar na casa do criador, Bolinha apresentava outro comportamento, estava mais quieta, nem pulou em nós.
Questionamos sobre o comportamento da raça e ele nos explicou que Jack Russels são cães de caça. Eles têm prazer em caçar e levar a caça ao dono (há uma história sobre as primeiras caças da Tiquinha, adiante). São incansáveis, muito resistentes a dor, muito fortes, latem pouco e têm habilidades impensáveis para um cão, como a escalada. Justamente por tudo isso é que não podem ser criados em apartamento. Corre-se um sério risco de gerar desvios de personalidade e podem se tornar agressivos se não tiverem espaço para correr, correr muito. É o que mais gostam de fazer: correr, brincar e caçar qualquer coisa que se mova e que apresente um desafio para eles.

O início - parte I

Coitadinha da Tiquinha! Imaginem só que, mesmo eu tendo atualmente a guarda compartilhada dela (sim, ex-casais modernos têm dessas coisas, hahahaha) e indo uma vez por semana para vê-la, ela não se esquece de mim! Esqueceram de mim?! Não, Tiquinha não esquece de quem a tirou do quase abandono.
Foi assim o início dessa história: moro num condomínio de apartamentos em que, mesmo sendo pequenos, algumas pessoas insistem em ter seus cães. Coisas da vida moderna. Os bichinhos, porém, ficam, em sua maior parte do tempo, sozinhos, aguardando por algumas poucas horas em que verão seus donos e poderão abanar seus rabinhos freneticamente. Uma pena, não?! Tiquinha era uma das “moradoras” do meu condomínio. Ela morava junto com um casal e uma menininha que deveria ter bem seus 6 ou 7 anos. Um dia o dono e a menina saíam com ela para passear e eu me aproximei, dizendo que a cachorrinha parecia uma Jack Russel. Como poucas pessoas conhecem essa raça, e como de fato era uma Jack Russel, o rapaz logo achou que eu era veterinária. Ledo engano, a questão é que adoro cães e animais em geral. O nome dela era Bolinha. Nome sem charme algum, diga-se de passagem!
Para quem não conhece a raça, foi um Jack Russel que fez o filme “O Máscara” (o Milo). Jack Russel é como se fosse um Fox Paulistinha mais musculoso e bem “rebaixado”. Seu comportamento, porém, é bem diferente do de um Fox Paulistinha, a começar porque é um cão que quase não late.
Voltando à história... posso dizer, sem falsa modéstia, que a cachorrinha logo se apaixonou por mim, pois não parava de pular (algo especialmente característico nessa raça) e lamber minhas pernas e mãos. Evidentemente que esse comportamento tão amigável me cativou e desse dia em diante, sempre que entrava ou saía do meu condomínio, espiava para ver se a Bolinha estava por lá. Poucas vezes a vi depois desse primeiro encontro. Porém, como o rapaz havia me dado o telefone de um criador da raça, passei a pesquisar mais sobre ela. Minha intenção era dar um filhote de Jack Russel para meu (ex)namorado, já que ele mora em uma casa com quintal e o bichinho poderia se divertir bastante.

Apenas um cão

De vez em quando escuto alguém me dizer:
- Pára com isso! É apenas um cão!
Ou então:
- Mas é muito dinheiro para se gastar com ele! É apenas um cão.
Essas pessoas não sabem do caminho percorrido, do tempo gasto ou dos custos que significam "apenas um cão".
Muitos dos meus melhores momentos me foram trazidos por "apenas um cão".
Por muitas horas em minha vida, minha única companhia era "apenas um cão", e eu não me sentia desprezado.
Muitas de minhas tristezas foram amenizadas por "apenas um cão". E naqueles dias sombrios, o toque gentil de "apenas um cão" me deu conforto e motivo para seguir em frente.
Se você também é daqueles que pensam que ele é "apenas um cão", com certeza deve entender bem expressões como "apenas um amigo", "apenas um nascer de sol", "apenas uma promessa".
"Apenas um cão" deu à minha vida a verdadeira essência da amizade, da confiança, da pura e irrestrita felicidade.
"Apenas um cão" faz aflorar a compaixão e a paciência que fazem de mim uma pessoa melhor.
Por causa de "apenas um cão" eu me levanto cedo, faço minha caminhadas e olho com mais amor para o futuro. Porque para mim - e para pessoas como eu - não se trata de"apenas um cão", mas da incorporação de todos os sonhos e esperanças do futuro, das lembranças afetuosas do passado, da pura felicidade do momento presente.
"Apenas um cão" faz brotar o que há de bom em mim e dissolve meus pensamentos e as preocupações do meu dia.
Eu espero que algum dia algumas pessoas entendam que não é "apenas um cão", mas é aquilo que me torna mais humano e me permite não ser "apenas um homem".
Então, da próxima vez em que você escutar a frase "É apenas um cão", apenas sorria para essas pessoas porque elas apenas não entendem.